Escrever sobre algo que você acha que sabe, apesar de nunca ter vivido é uma tarefa difícil. Principalmente quando suas fontes sobre o assunto se restringem as novelas e os filmes românticos (espero que essas fontes possam ter realmente credibilidade) até a observação de casais mais próximos a si. Primeiro quero deixar claro que não estou falando de amor maternal, paternal, próprio, divino etc. Estou falando do amor 'verdadeiro', aquele entre duas pessoas de sexos diferentes ou iguais, que envolve o amor eros, o fraterno...
Pois bem, comecei falando que acho que sei o que é amor correspondido, mas nunca vivi de verdade. Geralmente, as pessoas confundem o amor com a paixão. Posso dizer que na minha vida, eu já me apaixonei e fui correspondida, eu já gostei de pessoas que me amaram de verdade, já amei pessoas que gostavam de mim, enfim... todas essas combinações e variações que se assemelham as acima citada. Porém, a mais bonita e importante de todas, amar e ser amada eu ainda não vivi/senti. Muitos se perguntam: Há diferença entre gostar, se apaixonar e amar? CLARO! E segundo meu ponto de vista, tentarei explicar o que entendo sobre cada uma delas. Para mim, gostar significa o primeiro passo. É o momento em que os dois vão descobrindo juntos as afinidades, vão se conhecendo, tentam mostrar um para o outro o seu lado bom. É como numa entrevista de emprego: você vai com sua melhor roupa, pensa em tudo o que vai falar, exalta seus pontos positivos... enfim, você tenta 'vender seu peixe' e mostrar porque é adequada para aquele 'cargo'. Já a paixão é a parte intermediária. Os dois já se conhecem um pouco e se tornam ainda mais dependentes um do outro. Precisam se ver e falar constantemente, surge uma carência sem limites e que com isso, vai aflorando expectativas e sentimentos. Porém, não podemos esquecer que este é o começo e que a pessoa ainda está motivada para mostrar PRINCIPALMENTE o melhor de si e que não é possível conhecê-la integralmente. É nessa fase que é dado um pontapé: inicial para uma relação mais séria ou na bunda, literalmente. Quando essa carência impulsiva fica mais comedida e mesmo assim a pessoa ainda quer estar junto, quer dizer que chegamos no Amor. Começamos a conhecer os defeitos uns dos outros, a descobrir mais afinidades, a conhecer a intimidade, a fazer planos, a tolerar e abdicar de muitas coisas, de confundir nossos amigos com os dele, a se ver como um só... enfim, ocorre uma sucessão de eventos que, diferentes do que ocorre enquanto estamos apenas apaixonados não são só perfeitos, mas são indispensáveis para solidificar esse sentimento. Quando se ama reciprocamente é possível entender as angústias, os medos, os gestos, as vontades do outro. É possível se entregar e confiar totalmente, querer compartilhar todos os momentos e achar que o tempo sempre passa mais rápido quando se está com a pessoa amada. É sonhar acordado, é ter o coração batendo mais rápido quando a pessoa se aproxima. É ter um brilho nos olhos quando se fala dele(a), um sorriso bobo que é impossível de disfarçar. É quando tudo parece e só faz sentido quando se está junto. Acredito que se todos nós soubéssemos o quanto é bom amar e ser amado, valorizaríamos mais as pessoas e pensaríamos muito bem antes de iludí-las, magoá-las e descartá-las. Eu ainda não vivi/senti essa reciprocidade na prática, mas pela descrição, amar deve ser muito bom!